Autocarros
24 junho 2022

IVECO entrega autocarros à TST

Os veículos encontram-se praticamente todos prontos, já com os novos logotipos da Carris Metropolitana (CM) e estão aptos para iniciar a operação já na próxima semana, a 1 de julho, com novas linhas e novos horários.

A entrega simbólica da chave, por parte de Fabrizio Toscana, o Business Diretor Ibérico da IVECO BUS, foi feita esta manhã, nos BlueBiz Global Parques, a Paulo Pires, Managing Director da Arriva em Portugal. O evento contou com a presença de mais de uma centena de pessoas, entre as quais a equipa da IVECO envolvida neste negócio, assim como a equipa da TST e muitos representantes de diversas autoridades, como a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, a Área Metropolitana de Lisboa, a Transportes Metropolitanos de Lisboa ou os municípios e ainda outros operadores de transportes como a Carris, a Fertagus e a AlsaTodi.

As 290 viaturas englobadas neste importante contrato dividem-se em 194 unidades do modelo Crossway LE 12M City Diesel Euro 6 STEP E, mais 25 unidades do modelo IVECO Crossway LE Line 12m Diesel Euro 6 STEP E e 17 outras do autocarro Crossway LE 12M City CNG, lote que é complementado por 54 unidades DAILY 7.2 210Cv Minibus Diesel (chassis IVECO 70C21 A8 CCP - EURO 6 STEP E). 

A tipologia de veículos adquiridos vai ao encontro do caderno de encargos e das necessidades das linhas que a TST vai operar, num conjunto de veículos Standard, Minis, de piso rebaixado, de classe II, a gasóleo e a GNC, com a mais avançada tecnologia, todos pintados em amarelo, com a marca “Carris Metropolitana”, instalados com pontos de carregamento de telemóvel, WiFi a bordo e sistema de informação ao passageiro e totalmente adaptados ao transporte de pessoas com mobilidade reduzida.

Fabrizio Toscana, da IVECO, agradeceu toda a colaboração com a TST, "nesta época tão complicada", salientado que "a AML fez a decisão correta, para este início de uma nova era com estes autocarros com muito baixas emissões".

Por seu turno, Paulo Pires destacou que este é "o maior investimento de sempre da TST em renovação de frota. São 290 viaturas novas das 339 que vão operar no serviço Carris Metropolitana (CM), com esta cor amarela, com os logotipos que se vêem e é o início de uma grande transformação no setor público de transporte de passageiros rodoviário em Portugal, do qual nós nos orgulhamos de fazer parte".

A área 3 arranca dentro de precisamente uma semana com a nova operação CM, com os novos horários e as novas rotas. Os horários, diferentes dos que existem, vão começar a ser comunicados já a partir deste fim-de-semana, mas administrador da TST tem "a certeza que entre nós, a TML e as três Câmaras Municipais onde vamos atuar - Almada, Seixal e Sesimbra - vamos fazer um bom trabalho de divulgação, para que toda a gente possa planear antecipadamente as suas viagens, conhecendo os novos números das carreiras, que agora se chamam linhas, e sabendo quais são os percursos que vão ser realizados e os horários que nós vamos começar a cumprir a partir do dia 1. O serviço vai melhorar, vai continuar a ser incrementado, à medida que a gente vai incorporando novos recursos humanos, nomeadamente motoristas, que é uma área muito complexa e que necessita de um período de formação muito longo e nós temos que ter a certeza que as pessoas que vão conduzir os autocarros estão habilitadas, conseguem fazer o seu serviço, estão treinadas e sabem exatamente o que é que têm de fazer e como é que devem atender o passageiro, para que todos cheguem em segurança ao seu destino".

Sobre a reformulação da rede, o responsável comentou ainda que "as novas linhas foram definidas pelas autoridades, em conjunto com as câmaras municipais. Nós, enquanto operador, vamos respeitar as linhas que foram programadas e vamos executar o serviço de acordo com aquilo que foi previsto. Obviamente que a grande reformulação da rede que vai ocorrer, não vai agradar a todos, vai sempre haver algum passageiro que vai reclamar, mas tem que ter em atenção que a reformulação da rede foi feita a bem de um conjunto global de passageiros. Nós transportamos neste momento mais de 2,9 milhões de passageiros por mês, portanto a definição da rede foi em função de todas estas movimentações destas pessoas, é para elas que esta nova rede foi construída. Tenho a certeza que vai ser uma rede bastante melhor do que aquela que existe atualmente".

Apesar do arranque conturbado da área 4, a 1 de junho, Paulo Pires mostra-se confiante no arranque da área 3, numa altura em que a TML já anunciou que as áreas 1 (Amadora, Cascais, Lisboa, Oeiras e Sintra ) e 2 (Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira) vão adiar o seu arranque para daqui a cinco meses, em janeiro de 2023. "Temos uma equipa de cerca de 800 pessoas neste momento totalmente confiantes, empenhadas, de mangas arregaçadas, a trabalhar sábados, domingos e feriados para garantir um bom arranque no dia 1 de julho e eu tenho a certeza que toda a equipa da TST vai dar uma excelente resposta e com a colaboração de todas as entidades, nós vamos arrancar com um serviço de qualidade, muito acima daquilo que era habitual nesta área, e que só foi possível porque agora existe um contrato de sete anos que vai ser uma maratona e não um sprint. Não julguem nos primeiros dez segundos, o que interessa é fazermos um excelente serviço durante sete anos e esse é o compromisso da TST, fazer um excelente serviço durante estes sete anos", declara.

Escolha da IVECO

A TST escolheu a IVECO depois de um concurso internacional, onde várias marcas apresentaram propostas, porque considerou que esta era a melhor solução "em termos de qualidade dos autocarros, dos prazos de entrega e em termos de relação que nós próprios temos com este fornecedor, através do grupo internacional ao qual pertencemos [Arriva]. Dezassete dos autocarros são a gás, GNC, bastante mais amigos do ambiente, os outros são a gasóleo, norma Euro 6e, o mais recente e o mais evoluído do ponto de vista tecnológico. Vem com toda a tecnologia a bordo que é conhecida atualmente e nós vamos instalar mais tecnologia dentro do autocarro, para garantir, por exemplo, que em termos de manutenção a gente sabe o que é que está a acontecer aos autocarros, enquanto eles estão em andamento. Antigamente dizia-se que era preciso que os autocarros viessem à máquina, agora a máquina vai dentro do autocarro e nós coonseguimos com as aplicações informáticas e com sistema wi-fi, receber toda a informação e qual é que é a performance. Isto é quase um fórmula 1, que consegue ver nas boxes o que está a acontecer no terreno e começar a tomar ações para garantir que há o mínimo de disrupção possível no serviço queirá ser prestado a partir do dia 1", explica, referindo-se ao software da Stratio, que já está a ser utilizado neste momento na frota.

Paulo Pires lembra também que "houve um esforço muito significativo da IVECO, uma coordenação muito grande. Há cinco meses que temos reuniões semanais com a IVECO, às vezes com a fábrica, outras vezes com fornecedores, para garantir toda a entrega de todo o material que é necessário. O número de componentes que leva um autocarro destes é muito significativo, vêm de muitas partes do mundo e tudo a conjugar-se para que neste dia a gente apresentasse estes autocarros".

Desde janeiro que o admnistrador da TST nota "um crescimento muito significativo no número de passageiros, comparado com o período pré-covid, 2019, abril de 2019, com abril de 2022, estamos apenas 8% abaixo daquilo que foi o período áureo do arranque dos passes Navegante a 40 euros. O crescimento tem vindo a produzir-se mês a mês e nós estamos seguros que com a entrada em funcionamento da CM, novos autocarros, mais confortáveis, wi-fi a bordo, sistemas de carregamento de telemóveis, que vamos ter mais adesão. Hoje em dia um passe Navegante de 40€ custa menos de metade de encher o depósito de combustível de uma viatura particular, portanto, a opção pelo transporte público é sempre a melhor opção".

Descarbonização... só daqui a sete anos

Aos jornalistas, Paulo Pires disse que era necessário "começar já a discutir a descarbonização do transporte público", mas considera que "isso é um projeto de longo prazo, não pode ser um projeto de curto prazo. Tem de envolver investimento não só por parte dos operadores, mas investimento por parte das autoridades em criar as infraestruturas necessárias para que a descarbonização possa ser efetiva. Temos rotas, hoje em dia, que têm uma dimensão de tal maneira grande, que seria impossível colocar um autocarro elétrico a funcionar, se não houver pontos de carregamento intermédios durante a rede. Como eles não existem hoje, tem de começar a ser planeado hoje o futuro. Para os próximos sete anos, esta é a rede de autocarros que vamos utilizar, podemos e devemos começar a discutir o próximo ciclo de sete ou de dez anos para ter a certeza que haverá uma descarbonização maior. Um autocarro destes pode levar 90 passageiros, o que significa que pode tirar entre setenta e oitenta carros da estrada em cada uma das viagens que executa. É sempre mais vantajoso, do ponto de vista ambiental, andar de autocarro, retirando os carros da rua, porque o nível de carbono que injetamos na atmosfera por passageiros é sempre inferior a qualquer transporte pessoal", conclui.

A TST tem neste momento cerca de 170 pessoas em formação para motorista, para serem integrados na rede assim que integrarem o seu ciclo de formação, tirarem a carta, o CAM e possam ter alguns dias de formação interna para "garantirem que conhecem as rotas novas que vão ser operadas e que as possam executar em total segurança, sem qualquer tipo de desvio àquilo que é o nosso plano".

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