Atualidade
22 dezembro 2023

Como carregar um veículo elétrico de forma eficiente

Portugal apostou, há cerca de duas décadas, na produção de energias renováveis. A guerra da Ucrânia veio evidenciar as virtudes desta aposta, pelo que a transição energética da economia é uma oportunidade única que se deve abraçar, porque se traduz numa vantagem que permite ganhar independência de recursos, competitividade económica e sustentabilidade ambiental.

Sendo o setor dos transportes um dos que mais contribui para a emissão dos gases de efeito de estufa, torna-se fundamental desenvolver políticas eficientes que acelerem a transição energética do setor. Neste âmbito, Portugal tem-se afirmado positivamente a nível global, uma vez que dispõe de estratégias definidas para a mobilidade ativa e ciclável e um modelo de mobilidade elétrica.

Neste último caso, a utilização de veículos elétricos tem-se tornado cada vez mais atrativa devido aos benefícios económicos e ambientais que oferece. O custo de utilização de um veículo elétrico é mais baixo em comparação aos automóveis a combustão interna. No entanto, é fundamental compreender os fatores que influenciam o custo de carregamento e como se pode otimizar essa despesa.

Uma das grandes virtudes que a mobilidade elétrica proporciona é a possibilidade de se poder efetuar o carregamento do veículo em casa ou no trabalho, os denominados espaços de acesso privado, ou num espaço de acesso público, como um centro comercial, um parque de estacionamento ou mesmo na rua. Devendo estas duas opções serem vistas como complementares entre si.

O carregamento em espaços de acesso privado é genericamente menos dispendioso do que o carregamento em espaços de acesso público. Desta forma, os utilizadores de veículos elétricos (UVE) deverão sempre que tenham essa possibilidade, privilegiar o carregamento das suas viaturas em espaços de acesso privado.

Para carregar num posto de acesso público, os UVE deverão estabelecer um contrato de fornecimento de energia para a mobilidade elétrica, junto de um comercializador (CEME), por ser a opção economicamente mais vantajosa, mas podem também efetuar carregamentos sem contrato (ad-hoc), bastando, para tal, introduzir os dados do seu cartão de crédito numa das apps disponíveis para o efeito. O CEME estabelecerá o preço da energia e fornecerá um meio de acesso, cartão e/ou app que permitirá o acesso do UVE a todos os pontos de carregamento de acesso público, independentemente do operador (OPC), bem como aos pontos de acesso privado que estejam ligados à rede Mobi.E.

No caso de se utilizar a rede de acesso público da Mobi.E, é necessário que o UVE tenha em conta alguns fatores para tornar o carregamento o mais eficiente possível, nomeadamente a capacidade de carregamento da bateria da viatura, a potência do posto e o custo de utilização do ponto de carregamento.

«Por exemplo, para tornar eficiente o carregamento num posto de acesso público, o UVE deverá começar por considerar as suas necessidades em termos de carga e tempo disponível. Em princípio, quanto mais potente for o posto, mais caro será o seu custo de utilização», explica Luís Barroso, Presidente da MOBI.E.

Adequar a potência da bateria ao posto

Existem ainda dois fatores que poderão onerar o custo do carregamento: i) a capacidade e o nível de carga da bateria, se o posto tiver uma potência superior à capacidade da bateria do veículo, ou se o nível de carga da bateria for superior a 80%, o UVE estará a pagar um custo maior para ter acesso a uma potência que não será aproveitada de forma eficiente; ii) outro fator que penaliza o custo da utilização do posto está relacionado com o tempo de carregamento. Para promover a utilização mais eficiente e a rotação no ponto de carregamento, os OPC têm adotado tarifários em função do tempo de ocupação, pelo que é aconselhável que os UVE só utilizem o ponto de carregamento pelo tempo estritamente necessário.

Desta forma, é necessário adequar a potência do posto escolhido para o carregamento ao período de carregamento e às características do veículo, tendo em conta os seguintes fatores: qual o posto que vai ser utilizado e se está adequado para o tempo disponível para o carregamento; confirmar se o veículo é compatível com o tipo de carregamento rápido ou ultrarrápido; caso seja, confirmar se a potência do posto pode ser aproveitada na totalidade pelo seu veículo, pois tal irá condicionar o custo do carregamento.

O custo de carregamento resulta do preço de utilização do posto que pode incluir uma taxa de ativação e uma tarifa que pode estar relacionada com o consumo de energia e/ou o tempo de carregamento, juntamente com o custo da eletricidade, que é fixado no contrato estabelecido com o CEME, para além das taxas e impostos aplicáveis.

Enquanto o preço de utilização de cada posto é divulgado publicamente quer no próprio posto, quer no site da MOBI. E, o custo do fornecimento de energia é apenas do conhecimento do CEME e do UVE de acordo com as condições do contrato estabelecido entre ambos. Hoje em dia, são cada vez mais os CEME que disponibilizam apps que permitem ao UVE estimar o custo total do carregamento, facilitando desta forma a percepção do custo de cada carregamento.

Caso se opte por um carregamento em casa, é importante mencionar que, através dessa modalidade, será possível usufruir dos benefícios fiscais associados aos consumos da mobilidade elétrica, aderindo à rede Mobi.E como detentor de um ponto de carregamento.

Factos e números

Rede Mobi.E: A rede Mobi.E integra atualmente 23 Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME) e 87 Operadores de Pontos de Carregamento (OPC). A Mobi.E foi criada para participar na crescente expansão da mobilidade elétrica como a primeira rede de carregamento de nível nacional do mundo. Oferece uma estrutura de mercado baseada na concorrência, atuando como intermediária entre os vários fornecedores e parceiros de roaming, ao mesmo tempo que assegura a completa interoperabilidade e integração de todos os participantes.

PR

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