Foi lançado no dia 12 de janeiro o concurso internacional para o primeiro troço da Linha de Alta Velocidade (LAV) que vai ligar Lisboa e Porto. Um "momento particularmente importante", sublinhou o primeiro-ministro, António Costa, no encerramento da cerimónia de lançamento do concurso, que decorreu na sede da Infraestruturas de Portugal, no Pragal, Almada. O primeiro troço da LAV vai assegurar a ligação entre o Porto e Oiã, no distrito de Aveiro, um traçado de 70 quilómetros. A obra está orçada em 1950 milhões de euros e funcionará em regime de Parceria Público-Privada (PPP).
No encerramento da cerimónia, o primeiro-ministro destacou o "longo caminho" feito até aqui e o "amplo consenso político" que sustenta o "lançamento de um concurso público desta dimensão" - um "sinal de grande maturidade da nossa democracia, que nos honra a todos e honra o país".
Na Assembleia da República (AR) foi votada uma recomendação do PS ao Governo para o lançamento deste concurso público internacional, documento que mereceu o voto favorável do PS, PSD, Iniciativa Liberal, PCP, Bloco de Esquerda, PAN e Livre, e a abstenção do Chega. Um "dia histórico", reagiu então o primeiro-ministro, sublinhando que a abertura do concurso nesta altura permite a Portugal "aceder a 729 milhões de euros que estão reservados em Bruxelas exclusivamente para esta obra".
A recomendação da AR, lembrou António Costa, mandatou também o Governo para "tudo fazer para garantir que os próximos concursos sejam lançados a tempo e horas". A construção LAV entre Lisboa e Porto está dividida em três fases: uma primeira entre o Porto e Soure (que se subdivide nos troços Porto-Oiã e Oiã-Soure); a segunda, que ligará Soure ao Carregado; posteriormente, será feita a ligação entre o Carregado e Lisboa.
Num discurso em que salientou a importância deste projeto quer para a competitividade externa do país, quer para a coesão territorial, o líder do executivo alertou também que "não há nenhum país que se modernize sem um forte setor de construção civil e obras públicas" - "O nosso país precisa de empresas fortes, nacionais, na área da construção e das obras públicas. A todas desejo as maiores felicidades quando se apresentarem a este concurso".
O primeiro-ministro, que assegura atualmente a pasta das Infraestruturas, lembrou ainda que a ferrovia é um instrumento fundamental para preparar o país para a transição para a descarbonização, sublinhando que além da LAV o país está a concluir os investimentos previstos no PT2020 e a implementar o Plano Nacional Ferroviário, que traz "uma visão global da estratégia do país para o investimento na ferrovia".