Fundação Repsol debateu Descarbonização do Transporte Marítimo

21 novembro 2024
6min.

Organizado pela Fundação Repsol em parceria com a Associação dos Portos de Portugal, reuniu, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, o tema reuniu os principais líderes e especialistas do setor.

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A “Descarbonização do Transporte Marítimo” foi o mote para o evento da Fundação Repsol em parceria com a Associação dos Portos de Portugal, que teve lugar em Lisboa, iniciativa que contou com a presença de João Rui Ferreira, secretário de Estado da Economia, de António Calçada de Sá, diretor-geral da Fundação Repsol, de Carlos Correia, vogal do Conselho Fiscal da Associação dos Portos de Portugal e presidente da Administração do Porto de Lisboa.

Através da partilha de experiências, conhecimentos e perspetivas sobre a descarbonização do setor — responsável, segundo a Agência Internacional de Energia Renovável, por 90% do comércio internacional e cerca de 3% das emissões globais de gases com efeito de estufa (GEE), o evento surgiu como uma plataforma de partilha entre os diversos intervenientes neste mercado, de forma a debater questões relacionadas com tecnologia e infraestruturas e, também, decisões políticas e institucionais com impactos na pegada ambiental do setor.

António Calçada referiu que “o transporte marítimo desempenha um papel vital na transição energética. É um setor intimamente ligado à tecnologia e à indústria e um setor fundamental para a economia nacional. Portugal tem uma das maiores Zonas Económicas Exclusivas e pode e deve, por isso, desempenhar um papel de liderança na procura e desenvolvimento de soluções para a transição energética.”

O secretário de Estado da Economia reforçou que “investir em tecnologias limpas, digitalização e eficiência energética não é apenas uma necessidade, é uma oportunidade para consolidar Portugal como um líder em inovação portuária e transporte marítimo sustentável.”

Armando Oliveira, admnistrador-delegado da Repsol Portuguesa encerrou a sessão, assinalando a importância do debate do tema, referindo que "os combustíveis renováveis são uma solução imediata para a descarbonização de todos os setores do transporte. Já existem muitas soluções, e, por isso, o nosso país deve ser capaz de responder de forma eficiente às diferentes necessidades energéticas”, concluiu.

Por outro lado, Carlos Correia, vogal do Conselho Fiscal da Associação dos Portos de Portugal e presidente da Administração do Porto de Lisboa, comentou que “na estratégia para os portos nacionais é consensual que, estes, além de serem plataformas logísticas e de transporte, devem evoluir no sentido de serem hubs energéticos e digitais”, e acrescentou que “além do transbordo e da logística, o futuro dos portos nacionais reside no desenvolvimento do seu papel fundamental como polos de energia, para a economia circular, para a comunicação e para a indústria”.

Outros especialistas defenderam que uma visão alinhada no setor marítimo é crucial para enfrentar os desafios globais e aproveitar as oportunidades emergentes. Esta abordagem implica uma estratégia coordenada entre todos os atores do setor, desde armadores e operadores portuários até autoridades reguladoras e instituições de pesquisa. A par disso, foi também abordada a cooperação ibérica, essencial para fortalecer a posição estratégica da Península Ibérica como porta de entrada para a Europa, através do desenvolvimento de projetos conjuntos de inovação e sustentabilidade e da otimização das rotas comerciais e do aumento da eficiência logística. Foi assinalado que Portugal, para além da posição geográfica estratégica, tem também o conhecimento, a experiência, as infraestruturas e as estratégias para se tornar líder em inovação portuária.

A adoção de várias alternativas energéticas no setor reveste-se, por isso, de extrema importância para o desenvolvimento sustentável deste setor, impulsionada por regulamentações, incentivos e objetivos ambiciosos de redução de emissões a nível global.

O evento elevou a qualidade das discussões através de um quadro de especialistas provenientes do setor energético, como a Repsol, de atores no transporte marítimo, como a DNV Maritime, da Associação dos Portos de Portugal (APP), da administração pública, com a Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, e do setor académico, como a Escola Superior Náutica Infante D. Henrique, constituindo uma abrangente representação dos stakeholders do setor.

Esta conferência faz parte do Open Room, uma plataforma da Fundação Repsol dedicada ao debate e ao conhecimento rigoroso sobre os pilares da transição energética, que está a celebrar o seu terceiro aniversário.

O Open Room integra o trabalho realizado pela Fundação Repsol nos últimos anos, durante os quais foram realizadas 200 iniciativas, entre cursos, eventos e webinars. Durante estes eventos colaboraram 60 parceiros de diferentes setores, participaram 900 oradores de referência do âmbito empresarial, académico e institucional, tanto a nível nacional como internacional, e estão registados 35.000 utilizadores.

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