A reunião decorreu a 7 de Maio, esta terça-feira, no Ministério das Infraestruturas e Habitação, e apesar de parecer ter havido um pré-acordo entre ambas as partes, a ronda negocial acabou por falhar, com o SNMMP a partir para nova greve já no final do mês.
Findo encontro, a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) veio a público comunicar a “clara mudança de postura” do sindicato, afirmando que foi apresentada uma nova contra proposta negocial, que “assenta, agora, num salário base de 700€, com efeitos a partir do dia 1 de Janeiro de 2020, mantendo-se, em termos gerais, os termos do actual CCTV, ainda que reforçando, em sede de seguros, exames de saúde e subsídio diário adicional a criar, a protecção dos trabalhadores afectos ao transporte de mercadorias perigosas em cisterna”.
Uma proposta que seria apresentada aos associados em várias reuniões previstas para este mês, de modo a ser analisada e haver uma resposta até ao final de Maio
No entanto, estas declarações levaram, de imediato, o SNMMP a reagir, com o vice-presidente do sindicato, Pedro Pardal Henriques, a desmentir a associação e a acusar a ANTRAM de má-fé. "Isto é mentira. Não aceitamos esta forma de negociar. Estamos determinados para já a romper com as negociações da forma como estão e avançar com uma greve no dia 23 de Maio, às 00h01, por tempo indeterminado", disse à TSF o sindicalista.
De acordo com o SNMMP, o pré-acordo entre patrões e sindicato dos motoristas era de um salário de 1.200 euros, a atingir de forma gradual no prazo de três anos, e não de 700 euros.
Negociações continuam
Para a próxima segunda-feira está agendada também uma reunião com o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que não foi ouvido aquando das negociações do Contrato Colectivo de Trabalho Vertical. À Eurotransporte, o sindicato sublinha que tal aconteceu “por interesse, arrogância e prepotência. O SIMM desde que tomou conhecimento da proposta que a ANTRAM impôs, mostrou-se contra este autêntico «atentado» aos direitos que estavam implementados”. Assim, o SIMM considera que “este CCTV é inconstitucional, daí a nossa oposição à portaria de extensão”.
Sobre as negociações já em curso com os restantes sindicatos, o SIMM acredita que “é mais do mesmo, mentiras, falsidades, tentativa de descredibilizar o motorista que reivindica… Por exemplo, o actual presidente da ANTRAM diz que na Alemanha é incomportável um salário de 1200 euros, quando lá o salário mínimo é de 1420 euros. Ignorância ou outro tipo de objectivo?”, questionam.
O SIMM considera que após a intervenção do governo a “situação ficou mais séria e foi levada de outra forma pela ANTRAM” e avança que só decidirá que medidas tomar após a reunião agendada para 13 de Maio.
Confira aqui a proposta salarial apresentada pelo SIMM.
Imagem:Luís Rocha