Alcochete ou Vendas Novas são as opções para novo aeroporto de Lisboa

06 dezembro 2023
5min.

Comissão Técnica Independente aponta que o futuro novo aeroporto de Lisboa só deverá substituir integralmente a atual infraestrutura quando a segunda pista estiver construída. A decisão deverá ser tomada pelo futuro Governo.

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Os terrenos em Alcochete onde se situa o campo de tiro, e uma outra localização em Vendas Novas são as duas opções identificadas pela Comissão Técnica Independente (CTI) como mais viáveis para a localização do novo aeroporto de Lisboa, juntamente com o atual Humberto Delgado, até ser possível passar para uma infraestrutura única.

Segundo o relatório preliminar da comissão técnica independente (CTI), divulgado na terça-feira, responsável pela avaliação ambiental estratégica para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, que estudou nove opções, são mais viáveis as soluções Humberto Delgado + Campo de Tiro de Alcochete, até ficar unicamente Alcochete com um mínimo de duas pistas, ou Humberto Delgado + Vendas Novas, até ficar unicamente Vendas Novas, também com um mínimo de duas pistas construídas. De acordo com a CTI, o aeroporto Humberto Delgado deverá ser depois desativado. Uma resolução do Conselho de Ministros aprovada no ano passado definiu a constituição de uma CTI para analisar cinco hipóteses para a solução aeroportuária de Lisboa, mas previa que pudessem ser acrescentadas outras opções, o que veio a acontecer.

O relatório entrará agora em consulta pública durante 30 dias úteis, prazo após o qual a CTI, depois de avaliar a racionalidade, o mérito, a oportunidade e a pertinência técnica de cada um desses contributos, fará então o relatório final e dará por concluído o seu mandato. Esta comissão avaliou que serão necessários, no mínimo, sete anos, até que a primeira pista esteja concluída.

"Os estudos apontam-nos para sete anos para uma primeira pista num novo aeroporto que venha a ser decidido", afirmou a coordenadora da área de planeamento aeroportuário da CTI, Rosário Macário, durante a apresentação do relatório.

A decisão final quanto à localização da nova infraestrutura aeroportuária deverá ser da responsabilidade do futuro Governo, após o escrutínio de 10 de março do próximo ano. Pouco depois de ser conhecido o relatório da CTI, Luís Montenegro, líder do PSD, disse que irá constituir um grupo de trabalho para avaliar tal documento técnico, adiantando também que, se for primeiro-ministro a partir de março, a localização do novo aeroporto será uma das primeiras decisões que irá tomar.

António Costa, primeiro-ministro demissionário, anunciou que uma"resolução do Conselho de Ministros vai impor à ANA a execução imediata das obras que estão em falta no aeroporto Hum berto Delgado". Entre estas, o cais sul e a remodelação e ampliação do Terminal Um. O contrato com a ANA está a ser renegociado, mas António Costa entende que em nada influem nas obras anteriormente exigidas, nem nada justifica que estas se atrasem mais.

Muitas opções consideradas

Nas cinco opções inicialmente consideradas estão uma solução dual, em que o aeroporto Humberto Delgado (AHD) terá o estatuto de aeroporto principal e o do Montijo o de complementar; uma outra solução dual alternativa, em que o aeroporto do Montijo adquirirá, progressivamente, o estatuto de aeroporto principal e o AHD o de complementar; a construção de um novo aeroporto internacional no Campo de Tiro de Alcochete (CTA), que substitua, de forma integral, o AHD; uma outra solução dual, em que o AHD terá o estatuto de aeroporto principal e um aeroporto localizado em Santarém o de complementar; e a construção de um novo aeroporto internacional localizado em Santarém, que substitua, de forma integral, o AHD. A estas opções, a CTI acrescentou mais quatro, nomeadamente AHD + Campo de Tiro de Alcochete; Vendas Novas + Pegões; AHD + Vendas Novas-Pegões e Rio Frio + Poceirão.

O quadro de avaliação estratégica para cada uma destas opções tem em conta a segurança aeronáutica, acessibilidade e território, saúde humana e viabilidade ambiental, conectividade e desenvolvimento económico e investimento público e modelo de funcionamento.


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