O Governo de Luís Montenegro aprovou, terça-feira, em reunião extraordinária de Conselho de Ministros, a construção do novo aeroporto da região de Lisboa em Alcochete, nos terrenos do campo de tiro e atribuir-lhe a denominação de Aeroporto Luís de Camões.
A edificação da nova infraestrutura aeroportuária, que se prevê esteja concluída em 2034 - após o que será desativado o aeroporto Humberto Delgado, mas que até aquela data sofrerá obras de melhoramento e ampliação - correrá a encargos da concessionária, ANA Aeroportos, processo de candidatura que esta deverá concluir em 36 meses, estimando-se que possa orçar entre seis e nove mil milhões de euros, tendo afiançado o executivo que nem um euro sairá do erário público.
Em declaração ao país no Palácio de São Bento, o chefe do executivo anunciou igualmente que, paralelamente, será construída uma terceira travessia do Tejo, entre Chelas e o Barreiro, sem precisar se a mesma terá unicamente valência ferroviária, ou se servirá também o meio rodoviário, mas que é tida como fundamental para a melhor acessibilidade da nova infraestrutura, com prazo de conclusão que não poderá ultrapassar 2034. Da mesma forma, os trabalhos da ligação ferroviária em Alta Velocidade entre Lisboa-Porto-Vigo assumem caráter prioritário.
Já o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, anunciou que foi também aprovada a antecipação da conclusão da ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid, tal como a definição de um novo modelo de gestão para as três travessias do Tejo, em Lisboa, que inclua a construção da TTT, com o objetivo de concluir os trabalhos do lado português ao mesmo tempo que Espanha, que aponta para 2034. O primeiro troço preparado para a alta velocidade em Portugal, entre Évora e Caia, deverá estar concluído em meados de 2025.
A decisão do Executivo segue a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI), cujo relatório final foi entregue a 11 de março à Comissão de Acompanhamento dos trabalhos da CTI, que deu parecer favorável em relação ao relatório ambiental produzido nos novos estudos sobre a localização do aeroporto.
O líder do principal partido da oposição e secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, congratulou-se de imediato com a decisão tomada pelo Governo.