O alcaide de Madrid, Jose Luis Martinez-Almeida, fez esta manhã a declaração de abertura do segundo dia do Congresso e Exposição Global Mobility Call, anunciando uma grande agenda para a mobilidade mais sustentável na capital espanhola, para e a partir dos centros urbanos em seu redor, que será assente numa política de reforço dos transportes público sem recurso a combustíveis fósseis. Disse o autarca que Madrid conta de momento com 13,5 milhões de deslocações diárias pendulares, somando já no corrente ano 470 milhões de viagens feitas pela empresa municipal de transportes, valores que constituem um novo recorde e que impõem a assunção de outras medidas.
Entre estas, destacou a gratuitidade do transporte público urbano num futuro muito próximo e a total eletrificação de 34 das linhas de autocarros, numa frota que conta com 2000 viaturas, sendo parte deste contingente passará a ser movida a hidrogénio. Jose Almeida destacou também que a autarquia dispõe de 80 milhões de euros para subsidiar a renovação de equipamentos de transportes privados, acima de tudo táxis e frotas que se dedicam à logística urbana.
Para o efeito, já foi inaugurada uma estação de carregamento de hidrogénio, que também é a primeira estação de hidrogénio pública e de propriedade pública na Europa. “E para... uma empresa pública”, destacou o presidente da câmara, que também enalteceu o facto de Madrid ser “a primeira cidade da Europa, a primeira grande capital da Europa onde nenhum autocarro a diesel circula desde 1 de janeiro de 2023.”
Canais para autocarros
Os constantes congestionamentos na cidade, mas particularmente nos acessos a esta, são motivos mais que suficientes para fazer enterrar algumas das principais vias (duas delas, a M5 e M30), proporcionando a libertação de 80 mil m2 para zonas verdes de fruição para os residentes. Tal desocupação de espaço também proporcionará, à superfície, a reserva de canais exclusivos para autocarros. “Esta é a estratégia estratégia de sustentabilidade ambiental que denominamos Madrid 360, que visa também entender a mobilidade como um elemento determinante da política de sustentabilidade que tínhamos nesta cidade, que era a qualidade do ar e, portanto, da geração de um sistema de alternativas que permitisse que o uso do veículo privado pudesse ser reduzido não apenas por restrições de circulação, mas porque existe um conjunto de alternativas que tornam mais barato, em tempo e dinheiro para os usuários se moverem por uma cidade como Madrid”, disse o alcaide, que enfatizou e rematou: “Madrid tem um compromisso com a sustentabilidade.”
Automação de linhas de Metro
Ainda referente ao primeiro dia do certame, organizado pelo terceiro ano consecutivo pelo IFEMA Madrid e pela Smobhub, e que reúne 15 grandes grupos empresariais, 10 mil profissionais, 450 oradores em 115 mesas-redondas e 238 jornalistas acreditados, nacionais e internacionais, realce para a declaração do presidente da Empresa Municipal de Transportes (EMT), Alfonso Sánchez, que disse estar a empresa preparada para inovar e incrementar a rede noturna de autocarros urbanos, criando uma linha circular e outras que já foram ou serão prolongadas na distância a percorrer. “Assim possibilitamos que mais cidadãos possam movimentar-se mais livremente à noite, quer vão em trabalho, ou simplesmente em lazer.”
O mesmo responsável adiantou que já está em funcionamento uma estação com 260 pontos de carregamento elétrico, e que outras 60 serão inaugurados até ao final do ano, fazendo de tal estação uma das maiores da Europa. E que o hidrogénio que servirá várias linhas será produzido inteiramente com energia solar captada pela companhia.
No que respeita ao Metropolitano, como dizem alguns peritos em transportes sustentáveis, Madrid vai à frente do pelotão. Como disse Ignacio Vázquez, CEO da transportadora, já se estão a criar as fundações do Metro do futuro, que “será mais eficiente, mais flexível, com maior capacidade e sustentabilidade”. A materialização deste propósito ocorrerá com a automação de linhas, que já envolveu a aquisição de 80 novos comboios e que irão operar sem condutor nas linhas 1 e 6. Para que este sistema funcione sem incidentes, a companhia já está a preparar a colocação de portas nas plataformas.
CB