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Casa cheia no Seminário da Eurotransporte

07 abril 2022
8min.

Jorge Delgado, Secretário de Estado da Mobilidade Urbana, marcou presença no evento organizado pela Revista Eurotransporte, esta terça-feira.

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A Eurotransporte, com o apoio da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e da ANTROP (Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros), organizou o Seminário “A Nova Mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa”, que encheu o auditório na Gare Marítima de Alcântara, tendo ainda contado com a primeira intervenção oficial do recém empossado Secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado.

Seminario

Este, que foi o primeiro evento realizado sob a égide da Revista Eurotransporte, decorreu com a participação de diversas figuras de relevo no setor da mobilidade urbana, que muito têm feito para que a carris metropolitana seja em breve uma realidade. O debate atual e necessário trouxe ao auditório Almada Negreiros mais de 200 pessoas, que assistiram com interesse às várias intervenções, mesas redondas e debates que preencheram o dia.

Eduardo Carvalho

Eduardo de Carvalho, administrador da Invesporte, editora que detém a Revista Eurotransporte, deu início aos trabalhos, explicando a importância que a mobilidade assume hoje na qualidade de vida dos cidadãos, no acesso ao trabalho, educação e lazer, bem como a necessidade da promoção de uma mobilidade mais sustentada, com uma estratégia integrada e coerente para a prosperidade das cidades. Dado o mote para o debate, tomou a palavra Carlos Humberto de Carvalho, o primeiro-secretário da AML, que lembrou que o grande objetivo da mobilidade é servir as pessoas e dar vida às cidades. Seguiu-se a intervenção do principal orador da manhã, Faustino Gomes, o presidente executivo da TML, ele que fez uma apresentação muito elogiada pelo público presente e que explicou de forma direta e concisa como tem sido a implementação da TML e como atuará a carris metropolitana já a partir de um de junho, com os desafios inerentes. 

Faustino Gomes

A engenheira projetista sénior Joana Delgado subiu ao palco durante a manhã para dar a conhecer o projeto que a AP|Bridge Construction Systems já tem patenteado e que consiste num conceito inovador de transporte ferroviário.

Visão dos operadores de mobilidade urbana

Foi também ouvido o lado dos operadores de mobilidade, face a estas mudanças, e o tema foi central, numa mesa redonda moderada por João Figueira de Sousa. O primeiro a tomar a palavra foi Luís Cabaço Martins, Presidente da ANTROP, que destacou as preocupações que as políticas sociais (nomeadamente o PART ou o aumento do salário mínimo) têm na economia e poderão causar na sustentabilidade, rentabilidade e vitalidade das empresas de transportes. Participaram nesta mesa redonda, Luís Natal Marques, Presidente da EMEL, que assumiu como desafio pessoal “fazer desta a empresa mais amada da cidade de Lisboa”, garantindo que a EMEL é hoje muito mais do que uma empresa de estacionamento, apostando cada vez mais na mobilidade suave e na eletrificação, ganhando competências que não tinham. Pela parte da Fertagus, a Administradora Delegada, Cristina Dourado, nota que a procura “utiliza hoje o sistema de forma diferente, há uma melhor distribuição nas circulações”. Vítor Domingues dos Santos, Presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa, focou-se nas atuais dificuldades face aos aumentos constantes dos custos dos combustíveis e da energia, assim como na falta de mão de obra técnica por parte dos construtores para a realização dos projetos que a empresa tem em carteira. Por fim, Eduardo Ramos, CEO da Via Verde, trouxe a debate a questão da forma de mobilidade mais adequada a cada cliente, referindo que os operadores “são muito ciumentos, mas o cliente é de todos, temos de colaborar na forma como se integram os casos de uso”, afirmou.

Tecnologia: Solução ou caminho
Da parte da tarde, os trabalhos recomeçaram com nova mesa redonda, desta feita subordinada ao tema “A tecnologia como motor para a modernização”, com a moderação de Susana Castelo da TIS.PT. Participaram na conversa Nuno Oliveira, Administrador Executivo da Sóltrafego, Sérgio Tomazio, da Siemens, e João Almeida, da Card4B. A sessão contou ainda com o contributo do consultor independente Manuel Relvas.

Tecnologia como motor

Paulo Pires, diretor executivo do grupo Arriva em Portugal, direcionou a sua apresentação para o tema da manutenção preditiva, focando-se, especificamente, na plataforma da Stratio, a ser implementada na frota da TST. Miguel Franco, representante da Stratio, juntou-se a Paulo Pires em palco, para demonstrar o valor acrescentado que o sistema pode ter, seja por si só, ou em integração com outras plataformas próprias dos operadores.

De seguida tomou a palavra outro dos «keynote speakers» do dia, desta feita Nuno Marques da Costa, do IGOT, que dedicou a sua apresentação ao tema “A Articulação do Transporte Rodoviário Dimensão Regional”. O último painel do dia reuniu algumas figuras históricas ligadas à mobilidade urbana, entre eles Fernando Nunes da Silva, da CESUR, que moderou a conversa, com a presença de dois antigos Secretários de Estado: Miguel Anacoreta Correia e Crisóstomo Teixeira. Fechou o debate “Estratégias para melhorar a mobilidade”, Susana Castelo, da TIS.PT que afirmou que as soluções de mobilidade não podem ser iguais para todos, atendendo às várias necessidades dos passageiros.

Estratégias para melhorar a mobilidade

“A mobilidade é um tema central”
O evento fechou com chave de ouro, com a presença do Secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, que destacou a “importância capital” do debate deste tema. “Não só do ponto de vista ambiental e da responsabilidade que os transportes têm na pegada que todos queremos combater, mas porque, associado a isso, tem o virtuosismo de nos trazer melhor qualidade de vida e de ser um contributo eficaz para a melhoria da competitividade, na medida em que quanto menos tempo perdermos em filas de trânsito, quanto mais eficaz somos do ponto de vista dos transportes, seja de pessoas ou de bens, melhores condições temos para sermos mais competitivos na atividade económica global do país, das cidades, das áreas metropolitanas. Este tema é um tema central, onde há muito trabalho a ser feito, todos os dias”. Questionado sobre as preocupações apresentadas pelos operadores de transportes públicos, no que toca ao impacto das políticas sociais - como o PART ou o aumento do salário mínimo nacional - que se pode tornar incomportável para a rentabilidade das empresas, Jorge Delgado assegurou que, apesar da preocupação atual com o futuro mais próximo, dada a incerteza do contexto mundial, “o negócio do transporte de passageiros, do transporte público, é um negócio especial que tem incorporada uma componente de serviço público evidente, que todos queremos garantir e que faz falta para a forma como socialmente nos organizamos, por isso estaremos sempre que estar atentos à forma como evolui. Estamos confiantes de que recuperaremos a normalidade que tínhamos em 2019 e o Governo cá estará sempre para ir agindo, em função de cada momento, contribuindo para que este setor dos transportes seja eficaz e que responda às necessidades das pessoas”, concluiu. O seminário “A Nova Mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa” trouxe uma visão clara sobre o tema, demonstrando a vitalidade e o interesse do setor na constante evolução.

Saiba mais sobre o evento já na próxima edição da Revista Eurotransporte.


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