22º Congresso da ANTRAM teme agravamento da conjuntura económica

02 novembro 2023
4min.

Assembleia realizou-se no Porto em ambiente de críticas ao Governo e de pessimismo por nova quebra das exportações portuguesas

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As críticas ao Governo e o que se disse serem faltas de apoio à atividade empresarial do setor dos transportes de mercadorias, à desaceleração da economia e à falta de financiamento como auxílio ao processo da transição energética foram algumas das queixas ouvidas durante os dois dias do 22º Congresso da Associação Nacional dos Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), realizado no Porto, nos dias 27 e 28 de outubro.

Matérias como as questões do IUC, a manutenção do gasóleo profissional para as empresas transportadoras, as isenções de mais-valias, ou a atribuição de subsídios à compra de viaturas elétricas foram reivindicadas pelos congressistas. Como disse à EUROTRANSPORTE, Pedro Polónio, presidente da direção, já existe um grande desequilíbrio entre Portugal e Espanha, onde o executivo do país vizinho atribui tal subvenção aos transportadores como ajuda à redução da pegada carbónica, o que não acontece em Portugal. O agravamento da conjuntura económica e a quebra das exportações portuguesas são tidos como dos principais problemas do setor descritos por Pedro Polónio, situação que, previsivelmente, será agravada em 2024, por nova diminuição de vendas e aumento dos custos.

Críticas a que também se juntou o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, lamentando a falta de coragem política do executivo de António Costa a respeito da exigida isenção das portagens aos transportes pesados de mercadorias na Circular Regional Externa do Porto (CREP), para que não sejam duplamente penalizados, tanto pelo facto de não poderem circular na Via de Cintura Interna (VCI) da cidade, como por terem de realizar mais 30 quilómetros na CREP, o que implica maior distância e tempo de operações, para além do valor das portagens que as onera.

Segundo o autarca, que lamentou o constante congestionamento e prejuízo ambiental para os cidadãos, pelo excesso de emissões, na VCI, o ministro das Infraestruturas, João Galamba, ter-lhe-á dito que é necessário procurar uma solução integrada. Rui Moreira disse aos congressistas que, mais que uma solução integrada, esta matéria exige coragem política e negociação com as concessionárias, ou então a descarbonização ficará comprometida com a manutenção do intenso tráfego na VCI.

Numa mensagem vídeo dirigida ao Congresso, o secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, destacou a enorme importância do setor para a economia nacional, geradora de milhares de empregos, ainda que esteja perante o desafio da descarbonização. Reduzir as emissões até zero é um caminho que tem de ser feito, tal como terá que ser feita uma transferência de quota modal para a ferrovia, disse o governante, apelando a um esforço de adaptação dos transportadores, através da modernização e eficiência e renovação das frotas. Terminou com a afirmação que a ANTRAM tem sido um interlocutor sempre presente, com quem o Governo continuará a trabalhar, sempre orientados para encontrar as melhores soluções.

Leia mais pormenores sobre o Congresso da ANTRAM na próxima edição da revista EUROTRANSPORTE.


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