O II Fórum Internacional da Mulher e do Setor dos Transportes organizado pela Andamur, superou todas as expectativas. O evento, que teve lugar ontem, dia 22 de fevereiro, em Valência, realçou a necessidade urgente de promover a igualdade de género e dar visibilidade às mulheres no setor dos transportes rodoviários, tanto a nível nacional como internacional. Um evento exclusivo que despertou grande interesse e reuniu líderes e especialistas do setor e onde foram abordados os desafios e oportunidades enfrentados pelas mulheres nesta indústria. Desde o início da sessão foi destacada a importância em dar uma maior visibilidade ao setor realçar o valor da mulher, tanto no presente como no futuro.
O empresário Miguel Ángel López, diretor geral - CEO da Andamur, destacou o papel decisivo que desempenhou para a indústria, para a Andamur e, especialmente para si, a sua mãe, Maria Dolores, fundadora da Andamur junto com Fulgêncio, seu pai. Valorizou e elogiou o papel da mulher, não só no setor dos transportes, mas em todas as áreas. Posteriormente, deu lugar a Jesús Carbonell, delegado da área de segurança e mobilidade da Câmara Municipal de Valência. Depois de se declarar um acérrimo defensor da equidade e da igualdade de género, partilhou dados e estatísticas que mostram que ainda há um longo caminho a percorrer a favor da igualdade, especialmente no setor dos transportes, onde ainda há espaço significativo para melhorias. O empresário afirma que “nenhum grupo composto por apenas um género será rico o suficiente, precisamos nutri-los e completá-los para alcançar o equilíbrio e o sucesso”.
Alejandra Nuño, socióloga, oradora inspiradora, conselheira em crescimento sustentável, saúde e estratégia e inovação, fez uma apresentação inaugural que levou a uma reflexão e “viagem pela perspetiva feminina do mundo dos transportes”. Reconhecida como top voice LinkedIn Gender Equity 2022, top voice LinkedIn 2024 e nomeada para o the top100 Women Leaders, apresentou ideias inovadoras e novas perspetivas, convidando os participantes a repensar no papel das mulheres nesta indústria crucial. A especialista afirmou categoricamente que “é a colaboração que nos permite construir-nos e lançou o mote”: “Temos realmente um problema de visualização feminina na era do maior consumo visual, na era da IA?”. Finalizou a sua apresentação indicando que a Andamur é um grupo que une forças, personifica a resiliência e trabalha para alcançar o sucesso, onde a alavanca é a educação e a integração.
O fórum incluiu três mesas-redondas moderadas por líderes destacados da indústria. O primeiro painel, intitulado “Na Rota da Diversidade: O Presente das Mulheres no Transporte”, foi moderado por Ramón Valdivia, vice-presidente executivo da ASTIC (Associação Internacional do Transporte Rodoviário). Nesta mesa, especialistas como Adela López, CEO da Nisa López; Marivi Torralba, diretora da Transportlive; Yolanda Águila, representante da Associação de Transportes Atralme de Almería; e Bouchra Tanatu Charki, gerente da Satrani, partilharam as suas experiências de vida e visões sobre o papel da mulher na indústria do transporte, respondendo a questões-chave, tais como quais os principais problemas do setor e como a incorporação da mulher pode ajudar a resolvê-los. Através do debate ficou claro que a chave para alcançar o sucesso são trabalho, estabilidade, esforço e perseverança. Além disso, destacaram os desafios significativos que o setor atravessa, tais como a transição energética, a digitalização e os custos elevados. Foi dada especial ênfase à incerteza gerada pela mudança geracional e ao défice de transportadores profissionais e em como as mulheres podem ser a grande solução, que através da motivação e formação adequadas, poderão ser as grandes dinamizadoras do setor e contrariar este défice.
A segunda mesa-redonda intitulada "Destino Igualdade: Desafiando o Futuro" foi moderada por Eva Melenchón, vice-secretária da FROET (Federação Regional de Organizações e Empresas de Transporte de Murcia). Nesta mesa, destacadas figuras como Carmen Sicilia, Diretora do departamento jurídico, qualidade e sustentabilidade do Grupo Corporativo Caliche; Lorena Ballester, diretora geral do Grupo Chema Ballester; Ilona Wyszyńska-Zajkowska, membro do conselho da PTM Transport sp.z o.o.; e Ana Monteiro Souta, diretora geral da ANTRAM - Associação Nacional dos Transportadores Públicos de Portugal, debateram sobre os desafios e oportunidades que as mulheres enfrentam do ponto de vista empresarial. Nesta mesa foram partilhadas perspetivas futuras para o setor e foi proposta uma visão estratégica com base em problemas específicos de mercados como o português, o marroquino, o polaco e o espanhol. Além disso, foram sugeridas diversas soluções para tentar atrair a presença feminina nas empresas de transporte. Mais uma vez, foi destacada a importância de dar visibilidade e informar sobre as oportunidades oferecidas pelo setor, onde a preparação, a formação e o envolvimento são fundamentais. No debate, o painel concordou que é preciso criar mais e melhores oportunidades, revendo e melhorando as políticas de contratação.
A jornada culminou com um painel dedicado à abordagem das dificuldades que as mulheres camionistas enfrentam no dia a dia. Sob o título: “Uma vida sobre rodas”, a mesa foi moderada por Natalia Blanco, gerente da APETAMCOR (Associação Empresarial do Transporte Rodoviário de Mercadorias da Galiza) e contou com a participação de quatro camionistas que vivenciam, em primeira mão, as dificuldades enfrentadas na estrada em rotas nacionais e internacionais. Begoña Urmeneta, María Dolores Jiménez, Estefanía Burgos e Alexandrina Santos foram as convidadas que ofereceram o seu testemunho e experiências únicas.
Nesta mesa foi destacado o desafio que representa lidar com os estereótipos de género enraizados no setor. Foram discutidas questões que afetam tanto mulheres, como homens, tais como a segurança pessoal durante as viagens, nomeadamente nas paragens em áreas desconhecidas ou em locais onde as infraestruturas de descanso e serviços são limitadas, assim como a necessidade de parqueamentos seguros. Foi também abordado o problema da mudança geracional e a necessidade de encontrar fórmulas adequadas para formar e incentivar as novas gerações. Outro tema colocado em cima da mesa foi o isolamento e a solidão como desafio emocional que os profissionais enfrentam na estrada. Longos períodos na rodovia, muitas vezes sem companhia, podem prejudicar a saúde mental e o bem-estar geral. Sobre o tema da conciliação entre o trabalho e a vida pessoal, estas profissionais foram contundentes, declarando que quem ama o seu trabalho é capaz de encontrar formas de conciliação. No entanto reconhecem que se trata de uma profissão com particularidades e complicações acrescidas, sendo importante investir em melhorias. Apontaram as viagens prolongadas e a forma como afetam a capacidade de manter relacionamentos pessoais, os cuidados com a saúde e o equilíbrio adequado entre a vida pessoal e profissional como sendo as maiores problemáticas. Apesar das adversidades, o painel foi unânime na defesa do seu amor pela profissão, contagiando o público presente e dando assim o mote para o tema final desta mesa-redonda intitulado “Minha profissão, minha paixão”.
Antes de encerrar o evento, Ángeles Ruiz, diretora de marketing, atendimento ao cliente e RSC da Andamur, surpreendeu os participantes com a apresentação do WOW - Mulheres no Caminho. “WOW é mais do que apenas uma palavra. WOW incorpora o compromisso inabalável da Andamur com a igualdade e a diversidade de género. É um guarda-chuva sob o qual estão abrigadas todas as nossas ações, projetos e programas destinados a aumentar a visibilidade e o empoderamento das mulheres na nossa área.”
A diretora de marketing anunciou ainda que a próxima edição deste fórum contará com a celebração dos Prémios WOW. Estes prémios visam reconhecer a gestão inovadora no setor, revelar carreiras de destaque e uma dedicação excecional a uma vida sobre rodas.
PR
