125 anos Schmitz Cargobull
Para celebrar o 125.º aniversário, a construtora de semi-reboques organizou um evento na sede, em Altenberge (Alemanha), onde tudo começou pelas mãos de Heinrich Schmitz, em 1892. Também Portugal assinalou a data, com uma festa na zona centro. A Eurotransporte marcou presença nas comemorações.
Chamava-se Heinrich Schmitz, era ferreiro de profissão e dificilmente aos 36 anos, em 1982, teria imaginado que estava a fundar uma empresa familiar que se viria a tornar num dos grupos mais importantes da área dos semi-reboques no mundo, líder no mercado europeu. A visão de negócio de Schmitz fez com que alargasse horizontes e percebesse que poderia ter uma palavra a dizer no que ao transporte de mercadorias diz respeito.
O que é hoje a Schmitz Cargobull AG começou por ser uma empresa local, depois regional, passando a nacional, até cruzar fronteiras e continentes, sempre na vanguarda da tecnologia. O grupo é actualmente detido por Andreas Schmitz, Bernhard Schmitz e Dirk Hoffmann, que foram os anfitriões de uma noite de festa na sede do «elefante azul», na Alemanha. Os três fizeram questão de falar aos mais de 2500 convidados presentes, contando um pouco das raízes da empresa, pois segundo o slogan destes 125 anos, “O futuro precisa de um passado”.
Em 125 anos, a Europa passou por duas guerras mundiais, várias crises económicas e políticas e a empresa foi, de acordo com os sócios, “mais resiliente do que a história” e ao invés de tremer, reforçou alicerces no mercado. Os três responsáveis afirmam que todas as gerações que estiveram à frente da Schmitz Cargobull tiveram o cuidado de se adaptar à época e levaram a empresa um passo adiante. Nunca descuraram “o contacto regular e pessoal com os clientes para ser um parceiro de confiança, provando isso mesmo através da performance”, até porque “só somos bem sucedidos se vocês forem”. Garantem que a fonte de fiabilidade “são as pessoas, a força de trabalho que faz a empresa”, pelo que procuram fazer sempre melhor, pois sabem que “os clientes reconhecem o valor e voltam”. Andreas Schmitz frisou que os actuais sócios se mantêm “ligados às raízes com os pés assentes na terra. Não estaríamos aqui se o nosso bisavô se tivesse acomodado. Estamos a dar forma ao futuro. É este o compromisso dos últimos 125 anos. Agradeço a confiança e por fazerem parte desta empresa!”
Líder no mercado português
A Schmitz está representada em Portugal desde o início dos anos 90, através de um importador que foi adquirido em 2002 pela Schmitz Cargobull AG. De acordo com José Botas, Director Geral da Schmitz Cargobull Portugal, “o grupo começou por crescer na área frigorífica, tendo uma evolução mais tímida nos semi-reboques de lonas, onde a concorrência de construtores espanhóis e franceses já instalados no mercado se fazia sentir”. Com a criação da fábrica em Saragoça, Espanha, o segmento das lonas Schmitz teve um crescimento importante no mercado Ibérico, “devido ao preço concorrencial que conseguíamos”.
Desde 2004, a Schmitz Portugal tem um escritório central, oficinas e armazém central localizado em Rio Maior, com três comerciais distribuídos pelo país e ainda uma rede nacional de pós-venda com oito parceiros de serviço, de assistência 24h. Em declarações à Eurotransporte, o responsável português explicou que “a Schmitz Cargobull é líder mundial em termos de facturação nesta área de negócio, embora em número de unidades produzidas totais, seja ultrapassada por alguns fabricantes americanos”. Em Portugal, a construtora alemã é “líder de mercado há cerca de dez/doze anos, com cerca de 30%. Nos frigoríficos chegámos a ter uma quota de 60%, agora rondamos os 45%-60%”. No que toca à evolução do mercado, 2016 “foi um ano excepcional, atípico, com cerca de 1000 unidades vendidas em Portugal”, esperando-se uma queda de cerca de 15% este ano, que vai alinhar-se com “a média de 600/700 unidades vendidas anualmente pelo grupo no nosso país”.
José Botas reitera a “ligação forte ao mercado, sempre em busca de uma liderança pela diferenciação, seja do ponto de vista tecnológico, seja na apresentação de novos produtos em permanência e ao encontro do que são as necessidades dos clientes, pois queremos estar em sintonia perfeita com eles”.
O objectivo é continuar um passo à frente e “a Schmitz tem estado a preparar-se do ponto de vista das estruturas humanas e tecnológicas para poder apresentar produtos que sejam adequados ao futuro, pois o que está em cima da mesa é a Indústria 4.0” Cada vez mais os clientes e os parceiros envolvidos no processo do transporte e na logística do produto procuram soluções digitais que minimizem custos e maximizem a eficiência de todo o processo desde a fábrica ao consumidor final. Actualmente, já é possível perceber, através das tecnologias implementadas pelo grupo nos seus produtos, o que está a acontecer dentro do semi-reboque (tipo de produto transportado, a carga que leva, a temperatura efectiva). Um desses exemplos é o semi-reboque frigorífico S.KO COOL Executive, já implementado em várias frotas, que permite fazer o acompanhamento de uma carga, facultando todos os dados sobre equipamento e carga em tempo real. Para celebrar estes 125 anos, a Schmitz está a apresentar “uma edição especial de número limitado de um conjunto de produtos, que tem algumas particularidades em termos de equipamento, diferenciado de um equipamento standard e com um preço bastante mais competitivo”.
Clientes portugueses
De Portugal viajaram, a convite da Schmitz Cargobull, quatro clientes: António Luís da Silva Simões, da Transportes Florêncio e Silva (TFS); José Mota, da Transwhite; Valdemar Cardoso, da Transportes Cardoso e Irmão e ainda José Miguel Saraiva, que se dedica ao comércio de semi-reboques usados.
Todos, sem excepção, concordam com as vantagens de estar associado à marca. Valdemar Cardoso, com a empresa sedeada em Viseu desde 1998, tem cerca de 40 semi-reboques Schmitz, o que equivale a mais de metade da frota, com um negócio em curso para mais 40 durante este ano. À Eurotransporte explica que “até hoje, é a marca que me dá menos problemas”.
Dedicado ao transporte internacional de carga geral, tem muitas rotas para Inglaterra e garante que apesar da “travessia marítima, os reboques Schmitz não ganham ferrugem”.
Por outro lado, António Luís da Silva Simões tem na frota da TFS cerca de 95% de semi-reboques Schmitz, desde que, nos anos 90, comprou o primeiro, na altura usado, para a distribuição de produtos alimentares para os supermercados. Hoje, a frota tem cerca de 400, grande maioria com capacidade para transportar 33 paletes. Na TFS, os veículos têm em média 5/6 anos e em 2017 a empresa recebe mais 60 galeras novas para renovação das mais antigas. António Luís afirma que, desde logo, quando a parceria começou, há 20 anos, a Schmitz “era a marca que estava mais enquadrada com a nossa necessidade. O produto é fiável, dá-nos garantia, tem muita resistência”. O administrador sublinha ainda a importância de “não ter avarias que obrigam a paralisações, o que dá rendimento à galera”. Já na «casa» de José Mota - a Transwhite, nas Caldas da Rainha - desde o primeiro dia, em 2004, que só entram semi-reboques Schmitz. “Porquê?”- perguntamos nós - e a resposta é imediata: “Se tem um namorado e gosta dele não o troca, pois não?”. Cliente fiel, José Mota mostra-se “satisfeito desde o primeiro dia” e conta actualmente com cerca de 130 semi-reboques da marca, com uma média de idades de 3/4 anos. Neste «casamento feliz» destaca a “relação de proximidade e qualidade do pós-venda”, à semelhança dos dois outros transportadores presentes no evento.
A convite da Schmitz Cargobull internacional esteve ainda José Miguel Saraiva, dono da Saraiva Trucks & Trailers, que é um dos maiores compradores europeus de reboques usados, com 238 vendidos em Portugal só em 2016. Destes, a maior parte são Schmitz, sendo o “reboque elevatório da Schmitz o mais procurado”. Na zona da Figueira da Foz, o comerciante faz todo o trabalho de recondicionamento dos reboques (pneus, malas, lonas, tecto) antes da revenda e garante que “o cliente que procura qualidade quer sempre Schmitz”.