Provavelmente reparou também nas etiquetas presentes na ficha técnica dos carros enquanto estão em exposição nos stands e que indicam o nível de emissões de CO2 por quilómetro, calculado com base na média de consumo obtido nos testes NEDC¹, actualmente designados WLTP².

Ou quando trocou os pneus do seu carro, reparou que eles agora também possuem uma etiqueta para a classe energética que reflecte a quantidade de atrito com consequências na aderência, no ruído de rolamento e nos consumos do carro? Até a sua casa ou escritório já possuem uma etiqueta que define a categoria energética do edifício. Pois, agora as frotas automóveis também vão poder ter a sua etiqueta energética.

Quantos TEP³ produz anualmente a sua frota e o que é que a sua empresa fez e pretende fazer este ano ou nos próximos três anos para reduzir as emissões e os consumos energéticos da frota? O Sistema de Etiquetagem Energética de Frotas (SEEF) pretende definir o nível de eficiência energética de uma frota e identificar as acções específicas que podem contribuir para a redução dos consumos energéticos da frota.

A ADENE, Agência para a Energia, associação de direito privado, sem fins lucrativos e de Utilidade Pública tem como missão o desenvolvimento de actividades de interesse público na área da energia, do uso eficiente da água e da eficiência energética na mobilidade. É a ADENE a entidade que gere o SEEF e valida a certificação energética das frotas emitindo a etiqueta energética adequada que pode variar entre a classe G, quando a eficiência energética da frota é inferior a 20%, e a classe A, quando possui uma eficiência acima dos 85%⁴.

A conformidade processual é analisada através das respostas a um inquérito realizado ao responsável pela frota que procura recolher informações sobre as questões relacionadas com os procedimentos de gestão de frota, nomeadamente procedimentos e calendarização da manutenção preventiva e obrigatória, os planos de formação em eco-condução, a inclusão de critérios de eficiência energética na política de selecção e aquisição da frota ou o comprometimento com acções de carácter ambiental, de qualidade ou social, na frota ou empresariais, que possam ter impacto na eficiência da sua frota.

As auditorias energéticas⁵ devem incidir sobre o estado dos veículos e as suas condições de utilização, devendo ser recolhidos os elementos necessários à elaboração do plano de racionalização, bem como à subsequente verificação do seu cumprimento. Estas auditorias terão também o objectivo adicional de recomendar medidas de melhoria para atribuição da classe energética C (considerada a «classe energética objectivo» a curto-médio prazo) e da classe energética A (classificação máxima). As medidas de melhoria propostas dependem da frota analisada, sendo apenas um conjunto de medidas sugeridas, uma vez que existem outras combinações de medidas que poderão conduzir à melhoria da classe energética atribuída.

O plano de racionalização corporativo deve manter o registo actualizado, pelo qual se possam verificar, mensalmente, os consumos específicos e a sua evolução, comparada com idênticos meses dos anos anteriores, bem como da sua execução e justificação dos desvios, através da elaboração de relatórios trimestrais e anuais de controlo da execução do plano devendo apresentar os resultados obtidos e eventuais desvios observados, mantendo-os disponíveis para apresentação à Direcção-Geral de Energia.

Caberá à ADENE proceder à formação e ao reconhecimento de auditores de certificação energética de frotas, particulares ou empresas, de acordo com a legislação vigente. Neste contexto, a Academia ADENE em parceria com a ABC - Academia Brisa de Condução e com a CR&M Formação Activa de Condução, irão desenvolver a partir do 4º trimestre deste ano, acções de formação para gestores de frota e condutores profissionais e não profissionais e, posteriormente, para formação de auditores de certificação energética de frotas.

Vantagens da implementação deste processo nas frotas corporativas, segundo a ADENE:

• Poupança de combustível e redução de custos e de emissões poluentes
• Imagem Verde
• Gestão mais racional dos recursos e da energia
• Promoção da utilização de veículos ecológicos
• Promoção de comportamentos mais eficientes pelos utilizadores da frota
• Diferenciação positiva da frota
• Maior conhecimento do desempenho dos veículos
• Valorização da frota, em resultado da melhor utilização e preservação das viaturas

Artigo originalmente publicado na edição n.º 105 da Revista Eurotransporte

^{1 New European Driving Cycle}

^{2 World Wide Harmonized Light-Duty Vehicles Test Procedure}

^{3 Toneladas Equivalentes de Petróleo. Por exemplo, 1000 litros de gasóleo consumidos equivalem a 0,835 toneladas de petróleo}

^{4 Este procedimento é totalmente voluntário, não estando abrangido por qualquer obrigatoriedade legal.}

^{5 De acordo com a Portaria 228/90 de 27 de Março}

Tags