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Os avanços da bilhética - Do “pica bilhetes” à automatização

Longe vai o tempo que ao entrarmos num meio de transporte público colectivo (vulgo autocarro, eléctrico ou comboio), deparávamo-nos com o funcionário a quem simpaticamente intitulávamos de “pica bilhetes”.

Hoje os tempos são de evolução, o “pica bilhetes” faz parte do passado, sendo substituído por sistemas de bilhética (venda de bilhetes) que nem necessitam de contacto físico, o que veio simplificar a compra e validação dos títulos de transporte.

O “pica bilhetes” da Carris (o mais conhecido de todos nós), que até já teve honras de canção na voz de António Zambujo (Pica do 7), faz parte do passado. Um passado que nos conduz ao futuro no que a estas coisas de adquirir um bilhete de transporte público diz respeito. Deixando para trás o simpático funcionário da Carris que de mala à tiracolo e alicate na mão vendia e validava os rectângulos que nos habilitavam a circular no transporte escolhido, hoje utilizamos sistemas que já nem necessitam de contacto.

Mas vamos por etapas. Terminada a figura do “pica”, os bilhetes passaram a ser adquiridos pelo motorista do transporte público naquilo a quem as empresas chamaram de “agente único”. Ou seja, um só funcionário conduz o veículo e vende os bilhetes. A sua validação era feita através de um obliterador, onde o utente, depois de adquirir o ingresso, introduzia-o numa máquina para o validar.

Com este sistema vieram, também, os títulos pessoais de transporte, vulgarmente chamados de “passe” ou “passe social”. Estes eram adquiridos num quiosque da empresa e tinham a validade de 30 dias. Os portadores destes “passes”, apenas tinham de o mostrar ao “agente único” e seguir para o seu lugar. Hoje ainda são utilizados, mas em moldes diferentes, sendo o objectivo o mesmo: um título válido para vários dias, electrónico e de fácil acesso na compra.

Mas a tecnologia prometia outras formas e com o evoluir dos tempos, chegou-se a sistemas impensáveis há apenas meia dúzia de anos.

Nova bilhética

A nova bilhética acabou por vir simplificar a compra e validação dos títulos, permitindo uma maior mobilidade e perda de tempo quer para o utente quer para as empresas que veem os seus autocarros, eléctricos e comboios muito menos tempo parados em paragem de passageiros. Tempo esse importante, também, para quem tem de sair de casa e ir trabalhar utilizando o transporte público.

Sempre com o objectivo de simplificar e atingir o menor tempo de espera para se adquirir e validar um bilhete, os engenheiros da área da robótica e da electrónica, continuam a estudar e a colocar à disposição das empresas e do público em geral sistemas cada vez mais acessíveis e fáceis de operar.

Uma das soluções de última geração 100% desenvolvida em Portugal, são os cartões electrónicos que vieram substituir os antigos bilhetes magnéticos. Este sistema, testado em 2012 em Coimbra, veio facilitar a compra e a validação de títulos de transporte para quem utiliza a rede de transportes da cidade dos estudantes.

Cartões electrónicos

Os cartões electrónicos proporcionam ainda uma experiência de utilização mais fiável e mais eficaz. Não desmagnetizam e, para os validar, basta aproximar o cartão do validador.

Se a compra for feita a bordo, os bilhetes são impressos no momento, tornando todo o processo rápido e simples, completamente integrados no novo sistema de bilhética. Os títulos (bilhetes ou cartões), como são electrónicos e apenas necessitam de passar pelo validador que os reconhece como válidos (ou não).

Mas como os reconhece? Pode perguntar-se! É simples, os bilhetes e cartões utilizam tecnologia RFID que é um método de identificação automática através de sinais de rádio, recuperando e armazenando dados remotamente.

Mas a bilhética continua a avançar no tempo e a Biométrica já aí está pronta para entrar em acção no sector. Bastante utilizada em vários serviços de controlo de pessoas e segurança de infraestruturas físicas e móveis, os vários sistemas biométricos com reconhecimento pessoal, preparam-se para “apanhar” o transporte público de passageiros, permitindo através do reconhecimento pessoal (impressão digital, retina ou facial, por exemplo), que o utente usufrua do seu transporte com toda a facilidade e comodidade.

Em suma, são os avanços da tecnologia ao serviço dos mais variados sectores da indústria e comércio nacionais, que vem facilitar a vida de empresários e utentes. Os primeiros (empresários), usam-na para poder apresentar um serviço mais rápido, eficiente e amigo do ambiente. Quanto aos segundos (utentes), ficam a ganhar, nomeadamente na redução do preço do bilhete e, sobretudo, no tempo que perdem diariamente no transporte público que habitualmente se fazem transportar.

In Eurotransporte n.º 118

Validar_Andante_(Porto)


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