A Scania apresentou aos jornalistas a nova gama urbana, que inclui novidades ao nível das cabines e motores, com a visão do fabricante sueco sobre soluções sustentáveis para dar resposta às tendências globais do crescimento das cidades.
Com a distribuição, a Scania encerra o ciclo de renovação de gama, depois das propostas para longo curso e construção já serem conhecidas do público. Desta vez, o foco é colocado nos veículos que operam dentro das cidades em distribuição, recolha de lixo/resíduos inertes e ainda em viaturas de emergência (carros de bombeiros), com três grandes linhas orientadoras: Consciencialização ambiental, Transporte inteligente e Segurança Rodoviária.
Cabine L
Entre as várias novidades, a nova cabine L, baseada na cabine P, mas mais baixa e mais para a frente, dando maior visibilidade ao condutor. Os degraus (um ou dois) são mais largos e mais baixos, para facilitar a entrada e saída dos ocupantes, que podem chegar a ser quatro.
A cabine tem um sistema de rebaixamento automático de cerca de 10cm quando pára (activado através do travão de mão) que se mantém até 30km/h, retomando a posição normal acima dessa velocidade. Com este sistema, a cabine conta apenas com um degrau, sem o dispositivo são necessários dois degraus de acesso.
Por dentro, circular é mais fácil, graças ao espaço conseguido entre os bancos do condutor e pendura, em frente do túnel do motor.
Em termos de propulsão, a nova cabine conta com o motor Diesel de 9 litros OC09 actualizado, disponível em três potências. Ainda durante este ano, a Scania vai acrescentar o motor OC09 a gás, com dois níveis de potência, tanto para GNC como para GNL. Todos os blocos podem ser combinados com o Scania Opticruise ou com uma caixa de velocidades automática Allison.
Cabine P
A cabine P passa a contar com um novo propulsor de 7 litros, o mais pequeno da Scania, com variantes de 220, 250 e 280cv. Com menos 360kg do que o motor de 9l, promete poupanças de combustível na ordem dos 10%. O construtor acredita que esta combinação será o «best-seller» da nova gama, devendo representar 50% das vendas na Europa.
O novo motor de seis cilindros em linha foi desenvolvido em colaboração com a Cummins, um parceiro de longa data da Scania no desenvolvimento de motores e componentes. Com boas características de baixas rotações e um turbocompressor de geometria fixa, este novo motor utiliza apenas redução catalítica seletiva (SCR) para o pós-tratamento do gás de escape da norma Euro 6.
A posição de condução está agora mais para a frente e para junto da porta, com o painel de instrumentos mais baixo, para maior visibilidade. Também o motor está mais baixo, o que cria novas soluções de armazenamento e espaço para o motorista.
City Safe Window
Além do airbag lateral nas janelas, a Scania apresenta a «City SafeWindow", uma pequena janela na parte de baixo da porta do pendura que permite ao condutor ver a zona envolvente do lado direito do camião, nas cabines P e L. Esta aumenta a capacidade do condutor para detectar utilizadores vulneráveis da estrada, como crianças, ciclistas e peões, na proximidade imediata do camião.
ED95 a Bioetanol
Actualmente, a Scania já dispõe de diversas alternativas de combustíveis, para diferentes aplicações e mercados. Recentemente lançou o motor de 13l a gás e agora apresenta o ED95, também de 13l, movido a bioetanol, disponibilizando ainda soluções a biodiesel (FAME e HVO) e biometano.
Este ED95 pode significar reduções de CO2, mantendo todas as características de condução e potência que os clientes esperam. Os motores Scania a bioetanol utilizam a ignição por compressão (como os convencionais a diesel), que diminui a necessidade de modificações reais do hardware. Graças às suas características, é adequado para uma série de aplicações em segmentos como o Longo Curso, a Construção e o Transporte Urbano.
Este novo bloco vai precisar de intervalos de mudança de óleo (em condições normais) de 45 000 km e os injetores necessitam de manutenção a cada 90 000 km, números que são totalmente aceitáveis, tendo em conta o tipo de motor e o seu desempenho.
O bioetanol é fácil de manusear, a sua produção e manuseamento são relativamente simples e baratos e não se degrada. Mas, obviamente, o mais importante é que irá proporcionar reduções significativas de CO2, a um custo razoável. O bioetanol, numa variedade de formas, é sem dúvida o combustível renovável mais disponível, de uma perspetiva tanto quantitativa como geográfica.
A nova geração de camiões pode agora ser encomendada com motores entre os 7 e o 16 litros, dos 220 aos 730cv.
Nova Crew cab
Os veículos de emergência, nomeadamente os carros destinados às corporações de bombeiros também mereceram renovação. A cabine dupla (Crew Cab) está disponível em dois comprimentos, com várias opções de assentos, tipos de piso e armazenamento, preparada com ligações eléctricas e pneumáticas para facilitar o trabalho dos carroçadores. Entre as novidades, o airbag nas janelas e o ar condicionado para a zona dos passageiros.
A flexibilidade das várias opções de design da cabine de tripulação é um dos pontos fortes desta nova «Crew Cab». A Scania estima mesmo que o tempo necessário para o fabrico de um veículo de emergência típico tenha sido reduzido em pelo menos 30% com esta nova geração de cabines. As cabines são preparadas a fundo para a passagem de ligações elétricas e de condutas de ar, havendo numerosos pontos de ligação e uma fileira de orifícios, na parte superior do quadro do veículo, para utilização pelo construtor da carroçaria.
A área do compartimento reservada à tripulação pode ser equipada com tudo, desde sistemas de AC e aquecimento separados, controlados manual ou automaticamente, e conjugados com o sistema básico do veículo. Os assentos podem ser em bancos separados ou bancos corridos e ser equipados com diversas configurações de cintos de segurança, consoante os passageiros usem ou não equipamento de salvamento.
O degrau de acesso foi melhorado e existe uma série de manípulos claramente visíveis, que ajudam a subir ou a descer da cabine. Há ainda outras opções, como a janela Scania de segurança na cidade, a admissão de ar de motor elevada, o escape vertical, ou diversas tomadas de força, que fazem parte do equipamento standard.
Uma característica única comum a todas as cabines Scania é o facto de, para além dos habituais testes de colisão (crash tests), elas serem igualmente submetidas a testes de impacto e capotamento, segundo os regulamentos suecos anteriores, e segundo os quais cada cabina tem de ser submetida a todos os testes.