Combustíveis
19 fevereiro 2021

Repsol impulsiona transformação para transição energética

A Repsol obteve, no exercício de 2020, um resultado líquido ajustado de 600 milhões de euros. Esta variável mede especificamente o desempenho dos negócios da empresa, que tiveram um resultado positivo num contexto complicado marcado pela crise sanitária global. Este bom comportamento refletiu-se também num fluxo de caixa das operações positivo para todos os negócios e que, para o conjunto do grupo, alcançou os 3.197 milhões de euros.

A pandemia da covid-19 gerou uma crise mundial sem precedentes, que para o sector energético teve consequências como a drástica queda dos preços dos hidrocarbonetos e dos seus produtos derivados e uma grande contração na procura. A cotação média do Brent caiu 35%, com mínimos que chegaram aos 15 dólares por barril em abril, enquanto a do gás Henry Hub desceu 19%.

Neste contexto extraordinário, a companhia deu prioridade à continuidade da sua actividade, apesar da queda da procura, consciente do caráter essencial que os seus produtos e serviços têm para a sociedade. Assim, desde o início da crise sanitária, a Repsol manteve em funcionamento as suas instalações, garantindo fornecimentos indispensáveis, como a energia ou as matérias-primas necessárias para o fabrico de um grande número de produtos sanitários. Além disso, a aposta da companhia pela digitalização e tecnologia e a sua longa experiência no teletrabalho permitiram reagir com rapidez para que os quase 7.000 colaboradores, cuja função pode ser realizada em remoto, contassem com os meios técnicos e logísticos para trabalhar à distância.

A companhia apresentou, a 26 de Novembro, o seu novo Plano Estratégico 2021-2025, que marcará a sua transformação nos próximos anos e permitirá acelerar na transição energética de forma rentável e maximizando o valor para os seus acionistas. Graças a este Plano, a Repsol avançará no seu objectivo de ser uma empresa com zero emissões líquidas em 2050.

Com estas premissas, durante o exercício, a Repsol colocou em marcha várias iniciativas que, além de permitirem que se aproximasse do seu compromisso de ser uma empresa com zero emissões líquidas em 2050, ajudarão à recuperação económica do país. Entre elas destacam-se dois projetos industriais de descarbonização inovadores que serão instalados em Bilbao, a primeira unidade de biocombustíveis avançados de Espanha, em Cartagena, o desenvolvimento e colocação em marcha de activos renováveis na Península Ibérica, e a expansão internacional deste negócio, com a criação de uma joint venture no Chile.

Durante o ano de 2020, a Repsol diminuiu em 5% o seu Indicador de Intensidade de Carbono face aos níveis de 2016, muito acima dos 3% estabelecidos como objetivo inicial para este parâmetro. Se for descontada a menor atividade em consequência do coronavírus, a redução foi de 3,7%. A empresa eliminou 2,4 milhões de toneladas de CO2 desde 2014 e definiu objetivos ainda mais ambiciosos no seu novo Plano Estratégico, no qual fixa uma diminuição da intensidade de carbono de 12% para 2025, de 25% para 2030 e de 50% para 2040.

Força financeira num contexto de extrema dificuldade

O novo coronavírus gerou um contexto de extrema dificuldade para a empresa, cujos negócios foram afectados pela redução da actividade económica e das restrições à mobilidade, que incluíram períodos de confinamento em quase todo o mundo. A queda brusca dos hidrocarbonetos e o colapso da procura completaram um cenário de grande exigência, perante o qual a Repsol respondeu apoiando-se na sua flexibilidade, na sua solidez e no seu modelo de negócio integrado, o que se refletiu num resultado positivo para os negócios.

A descida da cotação das matérias-primas internacionais de referência teve uma influência negativa na avaliação dos inventários da Repsol, em -978 milhões de euros para o conjunto de 2020. Além disso, perante o contexto mundial e num exercício de prudência financeira, a empresa reviu os seus cenários de preços futuros do crude e do gás, o que representou um ajuste em baixa do valor dos ativos de Exploração e Produção, com resultados específicos de -2.911 milhões de euros. Assim, o resultado líquido de 2020 foi de -3.289 milhões de euros.

Para fazer frente ao contexto provocado pela pandemia mundial, a 25 de março, a Repsol colocou em marcha um Plano de Resiliência que estabeleceu um caminho específico para reforçar a geração de caixa e fortalecer o balanço. A aplicação destas medidas foi decisiva para gerar um fluxo de caixa positivo de 1.979 milhões de euros para o ano.

A aposta da empresa na digitalização influenciou de forma positiva, com uma contribuição do Programa Digital de 334 milhões de euros. Tal como estabelece o Plano Estratégico 2021-2025, a digitalização tem um papel fundamental na organização graças a aspetos como a inteligência artificial, a automatização de operações ou a aposta em soluções na nuvem. Prevê-se que o impacto positivo dos projetos de digitalização supere, já em 2022, os 800 milhões de euros anuais face ao início do Programa de Digitalização em 2018.

Apoiada pelas medidas do Plano de Resiliência, a Repsol também conseguiu reduzir a sua dívida líquida em 28% durante o exercício, em 1.178 milhões de euros, para 3.042 milhões de euros. A liquidez situou-se em 9.195 milhões de euros a 31 de dezembro, o que cobre em 3,23 vezes os vencimentos de dívida de curto prazo.

O sucesso das medidas implementadas, somado ao início da recuperação da procura e dos preços dos produtos, tornou-se mais evidente no quarto trimestre do exercício, quando o resultado líquido ajustado se situou nos 404 milhões de euros, similar ao do mesmo período de 2019.

Adicionalmente, em 2020, a Repsol reforçou a sua posição financeira mediante cinco emissões de obrigações num total de 3.850 milhões de euros, das quais 1.500 milhões correspondem a obrigações perpétuas subordinadas, que fortalecem o património do Grupo, além da sua liquidez. Em todas as emissões realizadas, a procura superou em várias vezes a oferta num sinal de interesse por parte dos investidores.

 

PR

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