Decorreu no passado dia 16 de janeiro, no Palácio Anjos (Algés) uma conferência de imprensa destinada a apresentar a estratégia que o Município de Oeiras tem para gerir o estacionamento.

Dissertando sobre o desafio de conjugar medidas num concelho onde a grande densidade populacional e a forte dinâmica económica se associam, Rui Rei, Presidente da Parques Tejo, apresentou as políticas de estacionamento que constituem “a base de quaisquer políticas de mobilidade” que sejam implementadas nas áreas urbanas.

Mais proteção para residentes e benefícios para o comércio

Um dos aspetos destacados foi o de que a regulação do estacionamento é um imperativo, visto que o espaço público tem de ser gerido de modo a estimular a rotatividade na ocupação dos lugares, para que todos lhes possam aceder.

Rui Rei sublinhou assim que, mesmo com as novas taxas, o estacionamento em Oeiras é menos oneroso do que nos concelhos vizinhos de Lisboa ou Cascais, assim como os horários de fiscalização são menos alargados.

Na sua visão, tal manifesta que Oeiras “está empenhada em criar soluções que permitam regular a forma como os veículos ocupam o espaço público”, dando como exemplo da zona de Algés, na qual as medidas implementadas pela Parques Tejo permitiram que se verifique hoje uma disponibilidade de lugares.

Também Isaltino Morais, Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, expressou a sua posição a respeito das políticas de estacionamento, afirmando em declarações que "a Parques Tejo existe para gerir o estacionamento e a mobilidade, mas sobretudo existe para proteger as pessoas. Todos os que estacionam no concelho têm isenção do pagamento nos primeiros quinze minutos, ou seja, ninguém é multado nesse tempo; e se se atrasar a renovar o pagamento, também tem uma tolerância de, no mínimo, meia hora”

Para o autarca, o fator que é claramente distintivo das políticas conduzidas pelo seu Município são as fortes preocupações sociais das políticas seguidas, destacando a ampla proteção concedida pelos Dísticos de Residente, de que usufruem cerca de 19 mil residentes, com um custo simbólico de 6€ por ano para a primeira viatura, e que permitem estacionar sem restrições junto da morada de residência.

Foi também sublinhada a importância da medida, anunciada em novembro, que permite que os residentes possam usufruir de 120 minutos de estacionamento grátis por dia, em exclusivo pela app Oeiras Move, numa medida de que já usufruem perto de 3.500 pessoas, e que foi desenhada para permitir “que os munícipes possam tratar da sua vida diária, nas suas deslocações regulares, sem terem uma despesa adicional com o estacionamento”, como afirmado pelo Presidente da Parques Tejo.

Houve tempo para mais novidades, tendo sido anunciado que, por determinação do Município, a Parques Tejo passará a disponibilizar um “Dístico para Famílias Numerosas”, que irá conceder uma isenção mais alargada de pagamento em ZEDL.

Ao defender a medida, Isaltino Morais declarou que:“Oeiras tem na sua génese uma preocupação social ímpar no país, e há vários anos que é premiada como uma autarquia amiga das famílias. Ora, com esta medida damos mais um passo em responder às necessidades específicas de agregados que têm um maior número de filhos, sobretudo quando ainda são pequenos, contribuindo para a sua qualidade de vida”

Ainda ao nível da gestão do estacionamento, foi também destacada uma outra política inovadora que está a ser levada a cabo no Município, ligada ao reforço da oferta em parques fechados, sendo que, para o responsável da empresa municipal Parques Tejo,“esta é uma meta muito relevante do Executivo do Presidente Isaltino Morais, que prometeu criar 14 novos parques e 2.800 novos lugares. Ora, em dois anos, já fizemos 7 parques, com 1.500 lugares, e temos projetos planeados para 2025”.

Isaltino Morais sublinhou também a relevância desta prática, que disse nem sempre ser bem compreendida, explicando em declarações que:“é uma marca da nossa visão para o ordenamento do território como um todo, porque se reservarmos espaços em exclusivo para o estacionamento, estamos a libertar espaço na via pública para os peões e ciclistas, mas também para as pessoas poderem conviver de forma confortável”

Já Rui Rei secundou o Presidente do Município sobre a importância da construção de novos parques, constatando também que o comércio local do concelho é um parceiro-chave para a mudança de alguns hábitos. Concretizando, indicou que "no presente, os comerciantes das zonas onde temos parques fechados pedir a emissão de tickets pré-pagos que depois podem oferecer aos seus clientes. Se for almoçar a Algés, ou às compras a Oeiras, pode ter o estacionamento de graça, e o comércio apenas tem um custo simbólico de 20 cêntimos por hora”.

De acordo com o Presidente da Parques Tejo, esta tem sido uma prática muito bem-sucedida, sendo que ao longo do último ano foram emitidos mais de nove mil tickets, cinco mil dos quais ao longo de dezembro, aquando da Campanha de Natal destinada a reforçar essa proximidade ao comércio.

Ambições calibradas para um Ecossistema de Mobilidade Sustentável

Apesar de a conferência de imprensa observar o estacionamento em particular, houve tempo para se abordar o Ecossistema de Mobilidade Sustentável de futuro para Oeiras.

Deste modo, a Parques Tejo antecipa um investimento renovado nos serviços de mobilidade suave, tanto na rede municipal de bikesharing como da oferta dockless; antecipando também que em articulação com a TML, responsável pela Carris Metropolitana, foi possível alcançar, no espaço de dois anos, um aumento de 48% da oferta de transporte, a que se associou também um crescimento de 62% do número de passageiros, que nos últimos meses superaram a marca de um milhão.

Foram também abordados projetos de relevância metropolitana, como o SATUO e o LIOS, capazes de trazer para Oeiras um nível inédito de eficiência nos transportes. Todos estes elementos integrados numa estratégia de mobilidade sustentável, da qual o estacionamento é a peça de base.

Assista AQUI à apresentação completa.